Puxava o ar para si de maneira incontrolável, parecia que todo o ar do mundo passava pelas suas narinas mas não atingia o objetivo, ela se perdia, não sei bem onde, nem muito menos o porque, mas tudo parecia insuficiente.
E em meio aos tremores, o desespero e a escuridão, ela lutava pela sobrevivência, porque na verdade o que ele tem feito é sobreviver, viver ficou pra trás há algum tempo.
Nessa luta pela preciosidade da vida, ela via seus sonhos, eles passavam em uma velocidade acelerada, e desconexa.
Quis ser uma princesa, quis, ter uma filha chamada Cecília, sonhou com o seu casamento de véu grinalda e buquê de flores vermelhas, quis ser um psicóloga em missão, mas agora a missão parecia se findar.
A garganta detinha toda a sua atenção, nada passava por ela, talvez seja pelos muitos nós engolidos nos últimos meses.
Olhava pra cima e nada via, apenas alguns mínimos retângulos de luz no teto do seu quarto.
Ah esse quarto, quantas coisas vividas nele, coisas boas, coisas ruins, o santo e o profano, a amizade e a falsidade, o riso e o choro... choro, por falar nele o choro vinha e o ar não, mas ela era guerreira, tentaria encher seus pulmões até o fim, afinal era isso que esperavam dela, não dá pra ir contra o bom exemplo agora no final, não é mesmo?
Quem sabe assim na sua lápide não estivesse escrito "Boa filha, boa amiga e uma lutadora até o fim"?
"Que diferença faz ficar sentado e não olhar pra trás, esquecer o passado olhar o futuro e não se magoar?
Agora é verdade deixo de ser novidade, as mãos estão machucadas e o sangue a escorrer (que nem palha de cana que corta o agricultor) " Lei da Sobrevivência O Rappa
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