"Se eu fingir e sair por ai na noitada me acabando de rir, seu disser que não digo e não ligo, que fico... Que só vou aprontar, é que eu sambo direitinho assim bem miudinho..."
Covardes são aqueles que não conseguem encarar uma situação de frente, que se escondem das coisas, pois é muito mais simples.
Covardia essa que apetece a menina, covardia essa que vai tomando proporções as quais não deveriam, que se refugia por trás de coisas cada vez maiores, que pode ser o inicio de um fim, do fim de uma linha.
Menina que foge do amor, do dia a dia, dos pais e suas conversas, das amigas e suas conversas, dos seus pensamentos.
Ela tem muito a dizer e pouco diz, muito o que sentir e pouco sente, a menina que se boicota, ela não se permite, mas sempre diz para os outros "Você precisa se permitir"..
A menina que a cada conselho dado, uma parte da sua alma vai junto, a que sabe o que fazer e o que não fazer, pelo menos na teoria, mas na prática, não tem pratica.
A menina que escapa de vida, das conversas, dos medos, das dores por trás de mesas frias, copos cheios, e de seus joelhos molhados.
Ela estava lá, sentada no banheiro, pensando qual seria sua próxima escapada enquanto tudo isso lhe vinha a cabeça, de forma desconexa.
Escapou em um ônibus vermelho.
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