"... Só que, desta vez, não tinha nenhuma raiz para me ajudar a me firmar e sair do buraco. Eu estava empacada lá no fundo. Enxergava a vida normal passando lá em cima - gente rindo, se divertindo; o sol brilhando; os passarinhos e as nuvens no céu - mas não conseguia voltar para me juntar àquilo. A única coisa que eu podia fazer era observar, do fundo daquele enorme buraco escuro."
Eu sinto, que nem se jogarem uma corda lá eu vou conseguir, minhas forças se esgotaram, eu não tenho mais força, e ninguém me vê lá.
Maldito foi o dia que eu resolvi que seria a invencível, que as coisas não me atingiriam e que as pessoas poderiam se apoiar em mim, eu não aguento com meu próprio peso agora, e as pessoas ainda me querem como apoio.
Eu sei que temos a tendência de achar que ninguém nunca sentiu uma dor, uma tristeza, uma felicidade, uma emoção, ou seja lá o que for, maior que a nossa, não digo que é maior que a do resto do mundo, mas é a maior nos meus 18 anos de vida.
Eu vejo gente se divertindo, e isso não me incomoda, eu queria estar junto, queria que meus sorrisos fossem mais que meros disfarces para não deixar os outros preocupados.
Sabe o que mais que eu queria? que me ouvissem, por completo, que não me viessem com mais problemas, eu não to em condições de ouvir ninguém, nem falar nada pra ninguém.
Chegou a minha vez!
E agora? Quem vai me ouvir?
A cada dia, minha voz vai se perdendo, minha garganta se fechando, e minhas lágrimas se abrem, meu coração se encolhe.
Eu sinto que estou lá, no fundo, profundo e talvez sem fundo buraco.

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